Crítica - O Artista

Vencedor de 5 Oscars,incluindo o de Melhor Filme
 O cinema evolui, seus atores mudam, mas sua nostalgia é a mesma, e sempre será. 


Texto: (do blog Cineland)                                                                                    Quem diria que o grande favorito ao Oscar 2012 seria um filme mudo e em preto-e-branco? É... O Artista é o favorito ao Oscar, e nada mais justo. O filme, mesmo sendo mudo, é maravilhoso de se assistir, uma belíssima homenagem ao cinema, feita pelas mãos do diretor/roteirista Michel Hazanavicius.

A história é até que semelhante à do clássico "Cantando na Chuva", de 1952, mas neste caso, o filme foca na carreira do protagonista, enquanto em "Cantando na Chuva", o foco está na passagem do cinema mudo para o cinema falado. O protagonista de O Artista é George Valentin (o excelente Jean Dujardin), a maior estrela do cinema mudo, ele tem um contrato milionário e muita influência em seu estúdio. Tudo muda, então, quando o cinema falado chega ao estúdio de George, comandado pelo ínfame personagem de John Goodman . O orgulho de George fala alto e ele decide abandonar o estúdio e fazer seus próprios filmes, o que obviamente dá errado. George vai a falência e sua única esperança é uma atriz em ascensão (Bérénice Bejo), que pode ajudá-lo.

O filme não é um espetáculo visual como Millenium ou A Invenção de Hugo Cabret, mas é muito detalhista. Os cenários são muito bem feitos, com a cara daqueles filmes que se passavam na década de 30, tanto que na cena final, é quase impossível não lembrar de "Melodia da Broadway", clássico filme de 1929. O figurino de Mark Bridges é perfeito, simplesmente perfeito, cheio de detalhes que caem muito bem nos atores e figurantes. Este figurino chega a ser essencial para que o filme demonstre a decadência de George.

Os atores estão muito bem, com destaque para o francês Jean Dujardin (que ganhou merecidamente o Screen Actors Guild) que é a alma do filme. Ele dança, interpreta e ainda faz truques com o outro destaque do filme: Uggie, o cachorro (o mesmo que roubou a cena no Globo de Ouro). Berenice Bejo, esposa do diretor, também está ótima no filme, com caras e bocas que nos remetem perfeitamente às performances idealizadas daquela época. Esses atores ficam ainda melhores em cenas com a ajuda da fotografia de Guillame Schiffman, e com a trilha-sonora (que obviamente comanda o filme) de Ludovic Bource. O tema principal é belíssimo e muito divertido, entre outras faixas, existem obvias referências à música de
"Laura", uma das melhores trilhas sonoras que eu já ouvi, e à música de "Um Corpo que Cai", o que chegou a gerar polêmica com Kim Novak, e. Mas isso não vem ao caso

É incrível a ousadia de Michel Hazanavicius. Ele fez um filme mudo em preto-e-branco, em pleno século XXI! O risco que assumiu o caracteriza como um grande diretor, que na minha opinião, merece sagrar-se vencedor do Oscar. O próprio produtor, Thomas Langmann, disse que o filme é uma homenagem ao cinema americano, e que ficou grato com os eleogios dados ao filme, mas na verdade, somos nós que devemos agradecê-lo. Eu sei que você deve achar o filme chato, só por ser mudo, mas dê uma chance, pois em qualquer idioma, com som ou não, a magia do cinema é a mesma.

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