Muitos os taxariam de promessas não-cumpridas, similar aos respectivos intérpretes que, exceção feita a Seann William Scott, não emplacaram uma carreira bem sucedida em Hollywood. Nada mais injusto! Aqueles ex-jovens integram agora a estatística média do adulto norte-americano presos à ideia de que os sonhos extraordinários traçados previamente dificilmente se materializarão e, embora envelheçam, a personalidade deles permanece a mesma de 13 anos atrás. Logo, apesar de Jim afirmar que “as coisas não voltam a ser como eram antes”, amadurecer não implica abandonar as lembranças e o passado que, invariavelmente, volta à tona; assim, a cena inicial recontextualiza, com relativo sucesso, a tendência do protagonista de se meter em situações surreais e constrangedoras sempre que o sexo está em pauta.
Nesse sentido, a dupla de diretores/roteiristas expõe Jim a uma série de situações embaraçosas, bizarras e potencialmente hilárias. Eles também não se furtam de reconhecer aqueles que são os personagens mais engraçados da série: Stifler e o Sr. Levenstein (Eugene Levy). Se o primeiro está sempre envolvido nas cenas mais impolidas, com órgãos genitais e gags visuais, o pai de Jim, agora viúvo, também tem seus momentos – principalmente na hilária sequência envolvendo a participação numa festa e a fuga empregada na chegada dos policiais.
Por outro lado, seus outros colegas não têm tanto sucesso e Kevin continua um aborrecimento no seu romance mal-resolvido com Vicky (Tara Reid, péssima atriz incapaz sequer de simular estar dormindo). Já Chris Klein, cuja carreira de galã jamais deslanchou, perde a chance de brincar com o paradigma de pseudo-celebridade de Oz, reciclando piadas exaustivamente conhecidas e levando consigo a “beleza americana” Heather (Mena Suvari, insossa e apagada). Finalmente, Finch tem bons momentos, mas é descartado da mesma maneira que Selana (Dania Ramirez).
Dono de mais acertos do que erros, American Pie: O Reencontro é igual à visita de Jim a seu antigo quarto, uma jornada saudosista, rejuvenescedora e agridoce, por mais vergonhosas que cremos que estas foram à época. Ao escutar a música tema da trilogia original não há como não sentir saudades daquele bando de desajustados, mesmo que, numa análise mais rigorosa, eles mereciam um filme melhor e menos reverente do que este.
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