D23 Expo: Dinossauros e Nemo entre os novos filmes da Disney-Pixar

Texto de Renan Martins Frade do site Judão
ANAHEIM, EUA ~ Começou a D23 Expo. “Opa, peraê, o que é a D23?” alguns mais perdidos devem estar se perguntando. Eu respondo: a Comic-Con da Disney. Menor, claro, mas com todo destaque para a empresa criada pelo tio Walt.
DISNEY FANS
E a maneira escolhida para abrir o evento na ensolarada manhã californiana de sexta-feira foi Animações. Afinal, como disse John Lasseter (parafraseando o próprio Disney), “tudo começou com um rato. Um rato animado” – e hoje são nada menos que três estúdios de animação na empresa: PixarDisneyToon Studios e Walt Disney Animation Studios. ;)
Apesar de ser bastante audaciosa ao organizar um evento próprio — e trazer um monte de novidades, A D23 Expo adotou um sistema de segurança falho, um sistema redundante de filas (antes da checagem de eletrônicos e para entrar na Arena) e, para piorar, fez um painel que estourou em 1h20 o tempo programado.
São coisas para serem ajustadas.
Pixar
A grande joia da coroa abriu o painel. Com John Lasseter, que chefia criativamente os estúdios, no palco, a apresentação começou logo pela Pixar e seguiu o mesmo formato da San Diego Comic-Con. Ou seja: os produtos iam se intercalando, sempre com a presença de diretores e atores no palco, além da exibição de vídeos e conteúdos exclusivos para as 4 mil pessoas presentes na Arena do Anaheim Convention Center.
O primeiro destaque foi Universidade Monstros, já lançado. Exibiram a cena pós-créditos (SIM, há uma, você perdeu?) com o Slug, dublado pelo ator Bill Hader – o mesmo de Tá Chovendo Hambúrguer, uma animação da rival Sony. Após o próprio Hader aparecer no palco, foi exibido um curta com os personagens da franquia, chamado Party Central, mostrando Mike e Sulley ainda nos tempos de faculdade, usando as portas interdimensionais pra, literalmente, roubar a festa de uma outra fraternidade. A animação é BEM divertida e será exibida antes de The Good Dinosaur, o próximo filme da Pixar a estrear nos cinemas, em 2014.
Lucas Neff, Judy Greer, Bill Hader, Peter Sohn e Denise Ream apresentam The Good Dinosaur
Lucas Neff, Judy Greer, Bill Hader, Peter Sohn e Denise Ream apresentam The Good Dinosaur
Falando sobre os dinossauros, eles foram o destaque seguinte. Lasseter apresentou um rápido vídeo, no qual a Pixar apresenta uma liberdade poética: e se o famoso meteoro não tivesse caído na Terra? Pronto, esse é o mundo de The Good Dinosaur. Os diretores Bob Peterson e Peter Sohn contaram que, a partir daí, elaboraram uma sociedade de dinossauros fazendeiros.
Isso aí. Fazendeiros. O vídeo seguinte revelou como a ideia funciona: não há tecnologia, nem nada disso. Apenas vimos os dinos usando o próprio corpo (como cavar com a própria cabeça, por exemplo) para plantar. Faz sentido se você pensar que, sem a extinção, o número de dinossauros tornaria impossível alimentar todos eles apenas com o que a natureza dá. É preciso cultivar para aumentar a produtividade, assim como o homem eventualmente fez.
Universo apresentado, hora de falar dos personagens. O longa será centrada em uma família de dinossauros fazendeiros formada por Arlo (o principal, dublado por Lucs Neff), o pai (John Lithgow), a mãe (Francis McDormand), Bill Hader (sim, novamente!) e Neil Patrick Harris como os irmãos de Arlo, enquanto a Judy Greer dubla a Ivy, a outra irmã do protagonista.
O terceiro vídeo sobre o filme já trouxe Arlo e uma mania estranha: ter insetos gigantes como bichos de estimação. Ao procurar por mais alguns ele encontra um bem diferente — Spot, um garoto humano. Essa é a primeira vez que um dinossauro encontra o homem. A partir daí, Marlo e Spot saem viajando por esse mundo diferente, visitando inúmeros lugares. Pelo que foi possível ver, a Pixar está investindo mais uma vez em um filme com foco no relacionamento (e a amizade) entre diferentes. Isso é bem legal.
THE GOOD DINOSAUR
Em seguida, Lasseter partiu para o filme de 2015 da Pixar: Inside Out, que teve o título divulgado junto com a abertura da D23 Expo. A direção é de Pete Docter, o mesmo de UP e Monstros S.A., que foi ao palco ao lado do produtor Jonas Rivera. Os dois explicaram que o filme é sobre Riley, uma garota que se muda para San Francisco e fica sem amigos. Até aí, tudo normal. A diferença é que o filme se passa DENTRO da mente dela. Docter comentou que se trata de um conceito novo em animação, mas que é bem fincado na realidade.
Basicamente, Inside Out retrata o “trabalho” de cinco emoções dentro da mente de Riley: Raiva, dublado por Lewis Black; Desgosto, dublada por Mindy Kaling; Medo, com voz de Bill Hader (SIM, mais uma vez!); Tristeza, dublada pela Phyllis Smith; e Alegria, que será feita por Amy Poehler. Docter e Rivera chamaram novamente Hader e Phyllis para o palco e, entre algumas piadinhas, apresentaram artes conceituais, estudos e cenários do filme. Tudo com um visual que parece ser bem interessante.
Foi também exibido um vídeo de como as emoções funcionam. Vimos Alegria vendo o que uma ainda pequena Riley vê. Ao perceber uma coisa divertida, a emoção usa um equipamento para registrar e guardar o momento, que é visto e revisto. Bem bonitinho. :D
O conflito do filme começa, mesmo, quando Alegria e Tristeza somem. Em um vídeo seguinte, ainda apenas com os desenhos do story board, vimos uma cena BEM legal: Riley conversando com a mãe, mas a garota não consegue responder corretamente por conta das duas emoções que sumiram. As restantes até tentam fazer alguma coisa, mas tudo fica ainda pior. Além da conversa no “mundo real” e o conflito na “mente da Riley”, temos também as emoções na mente do pai e da mãe – o que e INCRÍVEL. Reflete exatamente o que se passa na mente de todos em uma situação de discussão na mesa do jantar, principalmente no caso do pai – que estava pensando no jogo de hockey ao invés de ouvir a conversa. :D
Pelo jeito, Inside Out vai ser mais uma filme da Pixar não só para divertir as crianças, mas também os adultos. ;)
INSIDE OUT
“Cadê o Nemo?” Tá aqui: depois de Inside Out chegou o momento de Finding Dory, a continuação do incrível Procurando Nemo. O diretor, Andrew Stanton, contou que o filme se passa um ano após o primeiro, com Dory vivendo com a nova família formada por Nemo e o pai, Marlin. O grande conflito começa quando Dory começa a pensar um pouco mais sobre a família que ela perdeu – e, claro, esqueceu. Quem são eles? Onde estão? Hora de procurar.
Ellen DeGeneres volta para dublar a Dory, assim com o elenco original – incluindo a “turma do aquário”. As novidades são Diane Keaton como a mãe de Dory e Eugene Levy (isso aí, o pai do Jim!) como o pai dela.
Como o filme estreia apenas no final de 2015, não foi exibido nada no painel. :(
FINDING DORY
Victoria Strouse e Andrew Stanton apresentam Eugene Levy, o pai do Jim, como o Pai da Dory :D
Victoria Strouse e Andrew Stanton apresentam Eugene Levy, o pai do Jim, como o Pai da Dory :D
Fechando a participação da Pixar no painel, foi apresentado os primeiros dez minutos do especial de TV Toy Story of Terror. Lasseter, que dirigiu os dois primeiros Toy Story, contou que a ideia original da Pixar nos anos 90 era começar com algo pequeno, como um especial de TV. Eles acabaram partindo logo para o filme que foi Toy Story, mas aquela ideia original nunca foi abandonada. Ela se tornará realidade em outubro, quando o desenho será exibido nos EUA pela ABC.
Pelo que foi possível ver pelos primeiros minutos, todo o elenco de bonecos da trilogia está de volta. Eles estão viajando com a nova dona, Bonnie, quando são obrigados a passar uma noite em um motel de beira de estrada, tudo porque o carro está com problemas. Impressionados por um filme de suspense que estavam vendo, os bonecos ficam todos assustados e entram em uma história de ~terror pelos quartos sujos do motel.
Parece ser o tipo de história que, com um pouco mais de desenvolvimento no roteiro, renderia um ótimo Toy Story 4 – e ninguém ia reclamar. Serão, ao todo, apenas 22 minutos de desenho. :(
TOY STORY OF TERROR!
DisneyToon Studios
Fundado em 1988, a DisneyToon é, basicamente, responsável por criar as animações para o mercado de home video. Sim, os 888 filmes da Tinker Bell são “culpa” deles, por isso não dei muita atenção para o que vinha nessa parte. Tudo começou com o anúncio do longa-metragem Legend of the Neverbeast. Até aí, beleza.
A surpresa veio depois. O segundo filme da ex-Sininho que foi anunciado é The Pirate Fairy, que abre as portas da pirataria na franquia. A diretora Peggy Holmes foi ao palco para a primeira parte surpreendente: anunciar um elenco com Christina Hendriks como a fada Zarina e Tom “Loki” Hiddleston como o pirata James.
THE PIRATE FAIRY
Calma, não acaba aí. James é, na real, o jovem que um dia será temido como o Capitão James… GANCHO.
Christina Hendricks, Tom Hiddleston e Peggy Holmes falando sobre The Pirate Fairy
Christina Hendricks, Tom Hiddleston e Peggy Holmes falando sobre The Pirate Fairy
Foi exibido um trecho do filme, que será lançado diretamente para o mercado de home video, com os personagens navegando pelos mares e cantando. Hiddleston canta bem, como ele revelou ao vivo cantando uma das canções de O Livro da Selva. :D
Depois disso, hora de Aviões – aquele filme que se passa no mesmo universo de Carros e fala sobre, hã… Aviões. Lasseter pareceu bem animado com a produção, que era originalmente para home video e virou um filme para os cinemas. O longa estreou nesta sexta nos EUA e chega ao Brasil no dia 13 de setembro.
A empolgação é tanta que, acredite, Lasseter anunciou a continuação, chamada Planes: Fire & Rescue, sobre aviões que combatem incêndios e tudo mais. Foi mostrado um trecho do filme, com trechos ainda não renderizados e tudo mais. O lançamento será mais uma vez nos cinemas, em julho de 2014. É logo aí.
Talvez a Disney devesse pensar um pouco mais sobre o futuro da franquia Carros e Aviões. O primeiro filme é apenas divertido, o segundo é mais ou menos. Há franquias melhores da Pixar, criativamente falando, que merecem uma atenção do tipo, e não um spin-off. De qualquer forma, é inegável que tudo relacionada a Carros traz muito dinheiro para a Disney, principalmente em produtos de consumo. Para vocês terem uma ideia, a Carsland, uma parte nova do parque Disney California Adventure (que fica em Anaheim, bem em frente à Disneyland) ainda continua incrivelmente cheia mesmo após um ano da inauguração.
PLANES: FIRE & RESCUE
Disney Animation Studios
Por último, hora de falar do estúdio mais antigo da casa – afinal, foi nele que Walt Disney começou a trabalhar em 1923 (entendeu o motivo do nome do evento?). A primeira grande aposta deles éGet a Horse, um curta metragem que finge ter sido feito a partir de um antigo rolo restaurado dos anos 20, que nunca foi lançado pelo sr. Walter Elias. Na verdade trata-se de uma produção totalmente nova, que resgata aquele Mickey original em uma animação 2D que, em um certo momento, vira 3D (e bem colorida). O curta, que sairá junto com o longa Frozen, foi exibido na íntegra e parece interessante, unindo passado e futuro.
Um detalhe curioso: apesar da animação ser totalmente nova, as falas do Mickey não são apenas antigas, como vieram diretamente do primeiro dublador do personagem: Walt Disney.
GET A HORSE!
Depois da primeira estrela da casa, hora de falar das mais recentes. Lasseter introduziu Big Hero 6, a primeira animação da Disney que será feita com os personagens da Marvel. Esqueça o Universo Marvel dos cinemas e da TV, já que, pelo que foi visto, ficou claro que a animação se passa em algo totalmente diferente. Em um mundo onde Tóquio e San Francisco formam a cidade de San Franciokyo.
O diretor Don Hall mostrou alguns conceitos do filme e deixou claro que a ideia foi sempre juntar a pegada heroica da Marvel com a “fofura” da Disney. Por isso Baymax, um dos membros da equipe Big Hero 6, é inflável e, assim, pode parecer um cara legal como um herói, bastando apenas “crescer”.
O que parece ser o primeiro trailer – inacabado – foi exibido na sequência. A ideia de transportar elementos dos quadrinhos foi além, com a presença dos contêineres dos painéis no vídeo. A história é centrada em Hiro, um gênio da robótica que vê uma invenção própria, os microbots, caírem nas mãos erradas. Para resolver isso ele cria a equipe, formada por Baymax, GoGo Tomago, Honey Lemon, Wasabi-No Ginger e Fredzilla. O filme vai estrear em novembro de 2014.
BIG HERO 6
Don Hall fala sobre Big Hero 6
Don Hall fala sobre Big Hero 6
O anúncio seguinte da Disney Animation foi Zootopia (título provisório), um filme sobre animais antropomórficos que vivem em um mundo construídos por eles mesmos. Lasseter comentou que o longa segue a linha de Robin Hood, da própria Disney, com animais falando e se vestindo como humanos. A grande diferença aqui é que o design do mundo onde os animais vivem não segue a lógica do homem, mas sim a dos animais. É como se eles próprios tivessem construído tudo.
Zootopia é o nome da cidade onde o filme rola e, dentro dela, existem divisões. Assim como nas grandes cidades reais, que se dividem meio que de acordo com os grupos sociais e culturais, o mesmo acontece em Zootopia. Os coelhos vivem numa parte, a galera que veio da Tundra em outra, o mesmo acontecendo com os animais árticos. Cada uma com um clima diferente.
O mote do filme é que Zootopia não é, necessariamente, uma utopia. Os animais não se dão muitas vezes, principalmente quando falamos de um predador e a sua caça. A história vai se desenvolver a partir daí, mas não foram dados mais detalhes.
ZOOTOPIA (Working Title)
Por fim, Lasseter falou de Frozen: Uma Aventura Congelante, filme que estreia em novembro nos EUA e em janeiro no Brasil. Trata-se de um sonho antigo, já que Lasseter comentou que o próprio Walt queria um filme baseado na Rainha da Neve e a adaptação já está rolando desde 2002.
A história do filme é centrada na princesa Anna, dublada pela Kristen Bell, que busca a ajuda de Kristoff para encontrar a irmã mais velha, chamada Elsa. Ela se isolou há alguns anos em um palácio de neve, mas acabou condenando o reino de Arendelle a um inverno eterno sem querer.
Dois trechos rolaram no telão da Arena. O primeiro é com Anna no dia do casamento da irmã e o outro é dela ao lado de Kristoff, quando reencontram o boneco de neve Olaf – criado pela Elsa quando elas ainda eram jovens. Frozen parece interessante, uma animação CGI com uma pegada de filme mais clássico da Disney. Além disso, é mais uma princesa para o hall da empresa.
Para fechar o painel, Idina Menzel – a Rainha Elsa – foi ao palco cantar ao vivo uma das músicas do filme. Ela tem uma PUTA voz. :D
FROZEN
Idina Menzel já foi a mãe da Rachel em Glee. :P
Idina Menzel já foi a mãe da Rachel em Glee. :P
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